quinta-feira, 26 de maio de 2016

Erros de gravação acabam virando faixa bônus

Novamente pude ver seus erros tão de perto que pareciam meus. Como um garotinho que tropeça no começo da escada, mas por teimosia insiste em subir cada vez mais alto. Peguei teus punhos e te coloquei num pedestal, mas o que o pobre aprendiz inocente não imaginava é que isso não passou de um jogo, deixei você no campo de batalha, onde sua pior inimiga são as tuas mentiras. Por favor, não tenha medo, sua mãe não ensinou que homens não choram diante da plateia? Já separei todas as tuas máscaras para facilitar a sua decisão de qual usar na apresentação de hoje. As luzes do cenário já estão acesas, decoração escura a sua maneira, mas ainda não consigo definir até qual ponto meu personagem é importante na tua história. É chegada a hora de passar as falas por entre os lábios tão macios e venenosos. Espere! Você me diz que senti muito? Devo conter o riso como uma boa e velha telespectadora. É magnifico ver tua capacidade de manipulação, estou te olhando por um ângulo que não é transmitido ao público, enxergo tão nitidamente que o pó branco do teu rosto incomoda meu nariz alérgico, resta saber se é realmente apenas o pó ou vem acompanhado das tuas mentiras. Querido, esqueceram de lhe avisar que ninguém brilha para sempre, e os erros de gravação acabam virando faixa bônus. As cortinas se fecham, me pus de pé para aplaudi-lo, como uma fã antiga, enquanto te abraço podes me ouvir claramente? Desculpe-me por decepcioná-lo, desse ponto vou embora levando comigo todos os equipamentos de proteção, não existem paredes em que possa se apoiar, não terá minhas mãos para te sustentar, e os aplausos saem de cena dando lugar para as vaias quando tua vida de mentira se tornar cartaz. Finalmente a donzela superou seu príncipe, deixarei bilhetes na tua porta todas as vezes que me lembrar do dia em que cortei a corda e vi merecidamente você se enforcar com as próprias palavras, contudo dê lembranças a família.

Batidas Frenéticas

No meio de todas essas canções, reservei um tempo para arriscar algo para ti, como nos poemas de 5ª Série poderia juntar o céu e as estrelas para dizer que dentre todas elas eu ainda prefiro o brilho que carrega no olhar. Chegamos ao ponto onde o clichê barato faz falta, quando só existe espaço para o orgulho. Mandei revelar tuas fotografias, me distraio olhando teus traços mudarem a cada ângulo, dependendo do teu humor. Enfrentei um turbilhão de acusações para chegar até aqui, me deparei com os muros que teus medos e teu ego construíram para proteger tua personalidade inatingível. No mesmo compasso saltitante que meus passos seguiram, são os mesmos que retornam comigo desse ponto da estrada. A diferença é saber que as mudanças são inevitáveis, mas cabe a mim te guardar no peito ou deixar que teu rosto vire apenas uma lembrança vaga do meu passado. Foi como iniciar um show com o som das notas delicadas de um piano qualquer, mas encerrar ao solo de bateria para combinar com as batidas frenéticas do meu coração ao te mandar embora.

Saudades dos tempos do porre de Vodka com chocolate .

Sinto saudades daquelas tardes sem nada pra fazer no sofá da tua casa, do sucrilhos com leite gelado nas manhãs em que fugíamos da escola pra ficar vendo clipes na MTV, das vezes que pegávamos o metrô sem rumo só pra distrair a cabeça, dos fones de ouvidos compartilhados nas aulas chatas de Matemática, das respostas de Biologia enviadas por Bluetooth ou por bloco de notas. Na noite passada me deparei rindo sozinha ao lembrar-me da estação da luz e das confusões e correria da Fisk, tanta coisa boba que o tempo não pôde apagar, assim como os diários trocados todo final de ano. Sei que muitas coisas mudaram, o clima, a casa, as músicas, tu ficou loira e mais fresca, arranjou um emprego que toma boa parte do seu tempo, pontos foram colocados, mas a continuação sempre foi inevitável, e mesmo que os móveis estejam fora de lugar, lá dentro da antiga casa ainda existem os mesmos sentimentos. Deixo aqui as lembranças dos porres de vodka com brigadeiro, porque são essas imagens que invadem meu peito quando a saudade bate na porta, eterna idiotinha.

Era você, mas ainda não era o mesmo.

O vinho da tua camisa deixava o destaque para a palidez que adquiriu com os desgastes cotidianos. Parecia um pouco mais velho para a idade do coração que carrega no peito, acompanhado com as expressões do teu rosto que já foram tão leves com a luz apagada por trás das lentes. Era você, mas ainda não era o mesmo. Sempre fui daquelas que gostam de observar, mas fracassei todas as vezes que busquei respostas no teu olhar. Eu que sempre te quis por perto, não me senti confortável nos moldes dos teus braços, como uma aluna no colegial, tu sempre se encaixou perfeitamente nos padrões de professor ideal, mas apesar de decorar teu conteúdo, sempre preferi repetir na tua matéria. Afinal, deixar você assumir o controle nunca foi parte dos meus planos, um jogo contínuo, onde assumir dependência são critérios suficientes para eliminação.

Abraços quando não são verdadeiros, causam efeitos contrários.

E para você como é não sentir nada? Não me leve a mal, estou buscando entender o que esconde por trás de tudo que já foi dito. Aprendi contigo que nem sempre o que parece realmente é, que abraços quando não verdadeiros tem efeitos contrários, e que os sorrisos não são sinais de felicidade. Parei de julgar e me pus no teu lugar, como pode querer carregar o mundo nas costas se não consegue guiar sua própria vida? O maior erro é fingir o que não sente, caminhar pela praia com pés na areia sendo que não suporta o desconforto do quanto ela é quente, tomar água de coco quando na verdade tudo que quer é uma cerveja no quiosque de esquina, malhar duas horas por dia e resmungar de dor todas as noites, se entupir de aveia e chá verde pra manter o padrão das revistas, mudar e mudar de novo e de novo, cada vez mais, em busca do perfeito, em busca do desejado, em busca do idealismo fútil que tanto cobram, em busca do comum. Não, eu não aguentaria viver no teu mundo, não consigo esconder chateações bobas, muito menos uma vida inteira.

Exemplares repetidos

Estava revirando a estante, procurando um livro para me distrair, mas reparei que todos os exemplares que ali estavam já havia decorado até as falas. Fechei as portas, e fui a procura do porta CD’s, quase uma discografia inteira, e nenhum me agradou. A mesmice tem me bagunçado e o silêncio tem gritado demais. Misturei minha vida com a pilha de textos inacabados na mesa de cabeceira, fatos importantes grifados com aquele marca-texto amarelo que eu tanto gostava em época de colegial, mas que atualmente não passa de um borrão amarelo nas folhas brancas com linhas rosa. Assim como alguns diálogos, meus textos andam meio sem sentido, é que geralmente é assim que me sinto quando tenho muito para falar, mas prefiro esconder. Tópicos aleatórios que mudam conforme o rumo que tomo, seria como acordar pela manhã com um trajeto traçado até a estação da luz, e deixar o coração guiar até algum lugar sem rumo. Sempre fui de agir antes de pensar, metendo os pés pelas mãos, e por sorte encontrando o caminho de casa antes dos fins de domingos.

AINDA SUBO EM BANQUINHOs

Bisc, não tinha como ser diferente, para te responder tive que criar coragem e enfrentar as folhas em branco. O tempo passou, e com ele as coisas foram criando novos sentidos e mudando seus rumos, assim como nós, sim, as roupas e os cabelos continuam iguais, mas o olhar, esse sempre muda a cada despedida, algumas coisas perderam o brilho, e do preto passei a gostar mais do branco e de tudo que me traga paz. Como tudo deve ser, crescemos, tudo fica um pouco mais complicado, e as obrigações exigem muito da gente, quase não sobra espaço, mas não se engane, no vão de tudo que já foi dito, as coisas que são verdadeiras resistem a lei da vida, nossa amizade passou por turbulentas tempestades, mas sempre veio o sol pra iluminar tudo novamente, estou á quilômetros de distância, e isso serviu apenas pra mostrar que não existem pequenas ou grandes distâncias, pois ambas ferem com a mesma intensidade. Você me conhece o suficiente pra saber que se for falar da gente sou capaz de reescrever a Bíblia com o século 21 na edição traduzida, não precisa de muito, basta apenas que saiba que algumas mudanças foram necessárias pra seguirmos em frente, e nessa estrada te trouxe comigo, não tenha medo, lá dentro ainda sou aquela garotinha assustada, de poucos amigos, carente e carinhosa, protetora, no fundo ainda sou aquela que sobe em banquinhos pra alcançar as coisas no armário, aquela insegura e ciumenta, que precisa de abraços mesmo que não diga, mesmo que não pareça, talvez seja uma máscara pra proteger, mas você sabe a senha, e sabe aonde me encontrar, aonde quer que eu esteja, estarei sempre ao seu lado, e vou responder sua última dúvida, quando olharem nossas fotos juntas, irão dizer: “Por isso que ela é minha Madrinha Mamãe?”

domingo, 14 de fevereiro de 2016

Uma Xícara de chá e uma conversa com a melhor amiga

Menina a vida é muito curta pra não usar batom vermelho, e para de se preocupar com o que os outros vão pensar, o que é bonito é pra se mostrar, e um sorriso vermelho além de sexy preenche a alma de si mesma. Permita-se, tira da gaveta aquela saia que você tanto gosta, mas não usa por causa dos paradigmas que a sociedade te impôs, vá pra balada, e beije muito, se não curtir balada vá ao cinema com as amigas, pro barzinho na vila madalena, mas se nada disso for tua vibe, faz uma pipoca e assiste NetFlix, aproveita e usa aquele moletom que te deixa moleca,faz um coque no cabelo, ou se descabele, se jogue no sofá e sorria, se ame, se deseje, se solte, e viva, antes que precise ler outro texto que te faça notar que talvez tudo que você precisa é uma xícara de chá e uma conversa com a melhor amiga.